por Jaqueline Furrier
colaboração de Merillyn Reis
A viagem à Patagônia, tema desta postagem,
foi realizada no Carnaval de 2009, com toda a família. À época os meus enteados
tinham 12, 9, 5 anos e minha filha 9 meses. Embora tenha sido realizada há
quatro anos, pude constatar quando estive em Ushuaia no início deste ano, a
caminho da Antártica, que as atrações não mudaram e as dicas de hotéis e
restaurantes foram revistas e atualizadas.
A viagem de oito dias se dividiu em cinco
noites no Ushuaia, duas noites em El Calafate e uma noite em Buenos Aires no
retorno.
A Patagônia, assim como Amazônia, não é uma província Argentina ou
Chilena, mas sim uma região natural no extremo sul do continente americano. Na
parte Argentina, ela compreende a Terra do Fogo, região mais meridional do
continente, cuja capital é Ushuaia, e também as províncias de Rio Negro,
Neuquén, Chubut e Santa Cruz. Nesta última se situa El Calafate, a cidade mais próxima do Parque
Nacional Los Glaciares, onde se localiza a maior geleira em extensão horizontal
do mundo: Glaciar Perito Moreno.
Quando estava programando a viagem, soube por
amigos que a agência Auroraeco tinha (ainda tem) um roteiro muito legal para a
região, mas por conta da idade das crianças não nos interessou. No entanto,
eles nos ajudaram na reserva dos hotéis e por conta do relacionamento que
mantêm com esses parceiros nos conseguiram alguns benefícios. Se a região
estiver nos seus planos troque uma ideia com eles, mesmo que o roteiro padrão
não seja do seu interesse.
Começamos a viagem pelo Ushuaia, aonde
chegamos no final do sábado, após uma longa conexão em Buenos Aires, que nos propiciou sair do aeroporto Ezeiza
às 10:30, visitar o zoológico,
almoçar na cidade e chegar ao
Aeroparque, para pegar o voo das 16:45 (veja
detalhes de como chegar no final da postagem). Depois de cinco dias, seguimos
para El Calafate.
USHUAIA:
Ushuaia, considerada a cidade mais austral do planeta, é um pequeno centro urbano de 45 mil habitantes, eu diria, parado no tempo em diversos aspectos. Está situada de frente para o Canal de Beagle e é cercada por distintos cenários: montanhas cobertas de neve, geleiras, rios, lagos, bosques e uma costa marinha bastante recortada e repleta de baías. Da cidade sai a maioria dos cruzeiros rumo à Antártica.
USHUAIA:
Ushuaia, considerada a cidade mais austral do planeta, é um pequeno centro urbano de 45 mil habitantes, eu diria, parado no tempo em diversos aspectos. Está situada de frente para o Canal de Beagle e é cercada por distintos cenários: montanhas cobertas de neve, geleiras, rios, lagos, bosques e uma costa marinha bastante recortada e repleta de baías. Da cidade sai a maioria dos cruzeiros rumo à Antártica.
Ficamos hospedados no Los Cauquenes, que continua sendo o melhor
hotel da cidade, juntamente com o La Hayas. Pesquisando para essa postagem, gostei também do Lennox Ushuaia.
Como as crianças eram pequenas e não queríamos
deixar os maiores sozinhos num quarto e nem o bebê conosco, optamos pelos
chalés do Los Cauquenes, que são bem mais simples e baratos. O que ficamos contava
com três dormitórios, sendo uma suíte, banheiro, sala e cozinha. Dava direito a
usar todas as amenidades do hotel e o café da manhã estava incluído na diária
de USD 298, para sete pessoas (achei uma pechincha). Foi uma ótima solução e ideia
da Auroraeco, uma vez que o site do hotel sequer informa sobre os chalés.
Para os passeios utilizamos a agência local Canal, que é a mesma que
dá suporte para os programas da Auroraeco e de agências internacionais top.
Fizemos as reservas lá mesmo, já sabendo como estava o tempo, quais crianças
aproveitariam cada programa etc....
No dia da chegada, por ser já tarde, somente
nos acomodamos e conhecemos as dependências do hotel. Jantamos lá mesmo. O
restaurante Reinamora,
é muito bom e diante das poucas opções locais e pelo fato de hotel ser um pouco afastado do centro,
jantamos lá três noites. Serve menu variado com pratos típicos e especialidades
internacionais.
No segundo dia, seguimos com toda a família
para o centro da cidade. Pela manhã visitamos o Museu do Fim do Mundo e o Museu da Penitenciária, que possuem objetos ligados à região e, depois do almoço, no Gustino, as duas
crianças menores retornaram ao hotel com a babá e o restante da família seguiu
para um passeio de barco pelo Canal de Beagle, para ver as colônias de lobos
marinho e cormoranes.
Em frente ao porto fica o escritório de turismo e
também diversos quiosques que oferecem os tours pelo Canal de Beagle e para outras
atrações da cidade.
Optamos pelo passeio regular da agência Patagonia Adventure Explorer,
que dura quatro horas, com saídas às 9:30 e 15:00, foi realizado num barco
pequeno, que acomoda até 16 passageiros.
A embarcação sai do porto local rumo a Ilha Alicia, onde se avista uma colônia imensa de lobos marinhos, depois segue até à Ilha dos Pássaros, onde habitam cormoranes reais e imperiais. De lá se segue até a Ilha dos Lobos, onde há colônias de lobos marinhos de duas espécies (uma e duas peles). Depois se navega até o Farol Les Eclaireus, construído em 1919 e símbolo da cidade. Já no retorno se desembarca na Ilha Bridges, para uma caminhada por uma trilha para apreciar sua flora e fauna.
A embarcação sai do porto local rumo a Ilha Alicia, onde se avista uma colônia imensa de lobos marinhos, depois segue até à Ilha dos Pássaros, onde habitam cormoranes reais e imperiais. De lá se segue até a Ilha dos Lobos, onde há colônias de lobos marinhos de duas espécies (uma e duas peles). Depois se navega até o Farol Les Eclaireus, construído em 1919 e símbolo da cidade. Já no retorno se desembarca na Ilha Bridges, para uma caminhada por uma trilha para apreciar sua flora e fauna.
Embora o passeio escolhido seja longo, aproveitamos
muito e mesmo as crianças de 12 e 9 anos aguentaram bem. Essa agência oferece vários outros tours
pelo Canal de Beagles, mas achei que esse que fizemos é o que melhor
proporciona uma boa perspectiva do local sem ser um tour de dia todo. Nessa noite
também jantamos todos no hotel.
No terceiro dia de manhã, voltamos ao
porto com toda a família, inclusive a bebê, para fazer mais uma vez um passeio
pelo Canal de Beagle, dessa vez numa embarcação maior para que as meninas
menores pudessem ver os lobos marinhos e os pássaros. Esses passeios regulares,
oferecidos por várias agências são feitos em barcos grandes, confortáveis e climatizados e duram duas horas.
Esse tour, organizado privativamente por nós com a agência Canal, durou aproximadamente seis horas. Teve início às 15:00 e
como não demandava muito esforço físico, levamos meus três enteados (12, 9 e 5 anos) e todos
aguentaram bem a viagem de 4x4.
O tour regular da agência Canal chamado “Fazendas Harberton, Moat, Porto Almanza e Ilha dos Pinguins” leva o dia todo, mas como uma amiga que tinha feito o programa regular da Auroraeco, que inclui esse tour, nos disse que o trekking na Ilha Gable e a visita a Puerto Almanza não valiam a pena e ficava muito demorado, decidimos cortar esses locais.
O roteiro privativo nos levou por um vale
glaciar com picos nevados e locais coberto de turfa, depois por florestas e quando chegamos ao Porto Willians a
rota seguiu a beira mar com caminhadas curtas pela Estância Harberton, a mais antiga da Terra
do Fogo, fundada em 1886.
De lá pegamos um bote semirrígido para se visitar a Pinguinera, onde ficamos por cerca de uma hora. São milhares de pinguins dos quais se chega a cerca de um metro distância. As crianças amaram!
De lá pegamos um bote semirrígido para se visitar a Pinguinera, onde ficamos por cerca de uma hora. São milhares de pinguins dos quais se chega a cerca de um metro distância. As crianças amaram!
Na volta, depois de um lanche no café da
estância, visitamos o pequeno Museu Acatushun de aves e mamíferos marinhos austrais. Chegamos
de volta à cidade por volta das 21:00 e aproveitamos para jantar uma centola no
restaurante Tia Elvira à beira do Beagle, que serve o crustáceo.
No quarto dia fizemos, somente com os
meninos, o tour regular da agência Canal (entre 9:00 e 16:00) pelo Parque Nacional, criado em 1960.
Quando chegamos ao parque, caminhamos por aproximadamente duas horas por montanhas e florestas e pudemos
observar, além várias aves, as represas que os castores constroem. A caminhada é de
médio esforço e as crianças aguentaram bem. Ela termina no Lago Roca, onde foi servido
um piquenique.
Depois do almoço, fizemos canoagem pela Baía Lapataia, por aproximadamente
uma hora. Quase não é necessário remar, pois se segue o fluxo tranquilo do
canal.
Nessa noite, as crianças jantaram no hotel e
eu e meu marido fomos ao restaurante Kaupê, tido como um dos melhores de lá. Gostei da vista sobre a
cidade com o Canal de Beagle ao fundo, mas não espere alta gastronomia.
No nosso último dia no Ushuaia fizemos outro
tour regular da agência Canal: “Lagos Off-Road” e foi o que mais gostamos. Nesse passeio,
levamos também minha enteada de 5 anos, que adorou a aventura.
Seguimos com um veículo 4x4 pelos Andes
e depois pelo Lago Fagnano. O percurso de cerca de 15km teve várias paradas para fotos. Os veículos seguiram em
alguns momentos dentro d’água, levantando ondas, e pela lama. Optamos por nos
deixarem a mais ou menos 1km antes da cabana da agência, onde um churrasco nos
aguardava. Essa caminhada pela beira do lago é muito bonita e vale a pena.
Depois do almoço fizemos uma parada em
frente ao Lago Escondido e de lá se seguimos de volta para a cidade. Jantamos novamente no hotel.
Tive boas referências em relação ao bar/restaurante
El Almacen de Ramos Generales, que está localizado num antigo armazém e gostei do Bodegon Fueguino, onde
comi uma ótima carne, no início de 2013, no dia do retorno da Antártica.
Ushuaia também é muito procurada no inverno
para a prática de esqui, sendo a cidade da América do Sul que tem a mais longa
temporada do esporte. A estação de Cerro Castor tem atraído cada vez mais brasileiros...
Mesmo no inverno é possível fazer os tours do
lagos, do Parque Nacional e as navegações pelo Canal de Beagle. A agência Canal
sugere atrações para o ano todo, inclusive para a estação de esqui e passeio de
trenó puxado a cachorros.
Caso queira um guia local, mesmo que seja por
um dia, para ficar com carro à disposição, contate Maria Lujan Pagnossin (0221 15 5368796 e 02901 15 486155 ou marialujan@argentina.com),
que foi quem
acompanhou meus amigos que foram pelo pacote da Auroraeco.
EL CALAFATE:
No sexto dia às 12:10, pegamos o voo para El Calafate, pousamos às 13:40. Até o Hosteria Los Nostros, onde nos hospedamos, são 90km, que se percorre em duas
horas. Esse hotel é o único dentro do Parque Nacional dos Glaciares, com ampla vista do
Glaciar Perito Moreno. Fica aberto
apenas entre setembro e maio e funciona somente com sistema “all inclusive”.
Se a sua opção for esse hotel, além das
refeições, todos os programas do parque nacional estarão incluídos nas diárias
e não terá que se preocupar com nada.
Como só teríamos dois dias em El Calafate, eles
foram dedicados exclusivamente a sua principal atração: Glaciar Perito Moreno e
seu entorno. Nem sequer conhecemos a cidade.
O Los Nostros é caro, mas só de não ter que
se locomover desde a cidade, acho que o custo vale a pena. Se preferir, a
cidade oferece acomodações de vários níveis e preços e há várias agências que
oferecem visitas ao glaciar. Segundo a Auroraeco o segundo melhor hotel é Los Sauces. Outra boa opção
na cidade é o hotel Design Suites.
Depois de nos acomodarmos no hotel,
planejamos com o concierge a melhor maneira de aproveitar os dois dias
seguintes.
Logo pela manhã do sétimo dia, fomos fazer o
imperdível trekking sobre o glaciar. Embora no site do hotel conste que estão
aptos a fazê-lo pessoas entre 10 e 65 anos, deixaram meu enteado de 9 anos participar.
O tour parte do hotel de van e depois de 1km
se chega ao porto, onde se pega um barco que segue por 20 min pelo Lago
Argentino até um refúgio. Lá são organizados pequenos grupos para a caminhada.
A navegação até esse ponto já desvenda a imensidão do glaciar. Seguimos em
grupo por um bosque até chegar à borda da geleira, quando os guias nos
auxiliaram a colocar os pistões nos calçados, necessários para andar sobre o
gelo. Vestidos os pistões, caminhamos por quase duas horas pelo glaciar. Vimos
fendas, escoadouros e pequenas lagoas, tudo acompanhado de perto por um guia
que nos passava informações sobre o glaciar e sua formação. Ainda na geleira é
feito um brinde com whisky, servido aos adultos.
Após o término da caminhada são oferecidos
boxes com sanduíches, saladas etc, e se come num refúgio com vista para o
glaciar.
Na volta ao porto, a embarcação fez uma
aproximação do lado sul do glaciar para que se puéssemos apreciar toda sua
dimensão. Chegamos de volta ao hotel por volta das 15:00.
Para pessoas entre 18 e 45 anos o hotel
oferece um trekking mais difícil, no qual se caminha por quatro horas sobre a
geleira, alcançando pontos mais altos e distantes.
No final desse mesmo dia, por volta das 18:00,
fizemos o passeio das passarelas, que dura aproximadamente duas horas. Nesse
tour levamos também minha enteada de 5 anos.
As passarelas distam 7km do hotel e podem ser
alcançadas a pé ou de carro (fomos de carro). Das passarelas se tem uma ótima
vista do glaciar e da mais elevada
das suas sete sacadas se observa uma vasta superfície da geleira.
Voltamos ao hotel por volta das 20:00 e, como
escurece tarde, as crianças ainda aproveitaram o pequeno playground antes do
jantar.
Na manhã do oitavo dia, levamos a família
toda, inclusive minha filha de 9 meses para um passeio de uma hora de catamarã
pelo Lago Argentino. Nesse tour, o barco
percorre bem próximo toda a extensão da parede da geleira o que permite ver os
desprendimentos que ocorrem com frequência. É possível, ainda, observar as suas
impressionantes e diferentes formas e cores.
Chegamos ao hotel por volta das 11:30,
almoçamos e nos preparamos para partir. Nosso voo para Buenos Aires decolava às
15:20.
Sempre escolho o último voo disponível que
permite conexão ou, então, como no caso, o último voo que permitia aproveitar
ao menos um período do dia de partida. Assim, dormimos em Buenos Aires nessa
noite e retornamos ao Brasil no dia seguinte no final da tarde, as 16:50.
Por falta de tempo e pela idade das crianças
não incluímos El Chaltén,
próxima ao Monte Fitz Roy,
no programa. No entanto, todos os meus amigos que viajaram por esse lados disseram
que é a mais bonita região da Patagônia. Então, está nos meus próximos planos e recomendo incluir essa cidade no seu roteiro.
O melhor hotel de El Chaltén é o Los Cerros, dos mesmos
donos do Los Nostros, cujo restaurante oferece pratos regionais elaborados.
Um passeio que dizem ser imperdível é a
caminhada por uma trilha que margeia o Rio Blanco chegando até a Base do monte
Fitz Roy (=/- 1h) A partir desse ponto é possível optar por uma trilha mais
“puxada” (1 ½h) até o mirante Lagoa de Los Tres, um dos mais espetaculares,
pois o monte Fitz Roy e suas agulhas se elevam imponentemente a 1.500 metros. A
descida é realizada pela trilha do Rio Chorrillo del Salto até El Chaltén.
A viagem foi muito agradável em todos os aspectos e as crianças aproveitaram muito. Recomendo muito esse programa e não deixe de incluir também El Chaltén, se tiver tempo.
Um comentário:
Lugar incrível.
Espero muito conhecer um dia.
Ótima essa postagem.
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